As pesquisas Ipec e Datafolha divulgadas há pouco trouxeram poucas novidades em relação aos levantamentos anteriores e foram recebidas de formas distintas pelas campanha dos principais postulantes ao Palácio do Planalto. O entorno do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), líder em ambas, adota cautela diante do resultado positivo. Os aliados de Jair Bolsonaro (PL) já fazem contas e traçam diferentes cenários possíveis para um eventual segundo turno. Simone Tebet (MDB) comemora a ultrapassagem a Ciro Gomes (PDT), cujo grupo político não consegue esconder o abatimento.
O Datafolha traz Lula com 50% dos votos válidos e Bolsonaro com 36%, ambos bem à frente de Tebet, que alcançou 6%, e Ciro, 5%. O cenário é semelhante ao apurado pelo Ipec: Lula tem 51%, Bolsonaro 47%, Tebet e Ciro com 5%.O grupo político de Lula se fia na convicção de que, se não vencer no primeiro turno, o ex-presidente chegará com uma vantagem significativa na segunda etapa. No momento, o trabalho é para evitar que o corpo do partido e os integrantes da campanha aparentem desânimo caso a fatura não seja liquidada neste domingo.
A avaliação é que, a partir de agora, estão em jogo fatores que a campanha não controla, como a possibilidade de chuva e a taxa de abstenção — nos cálculos petista, quanto maior, pior para Lula. O PT aposta que a presença da militância mobilizada nas ruas, sobretudo nas principais cidades do país, no dia da eleição pode ajudar a incentivar o eleitor que cogita não comparecer a mudar de ideia e ir às urnas.
Os aspectos que preocupam Lula animam Bolsonaro. Os aliados do presidente apostam no alto índice de faltantes, intimidados pela radicalização da campanha e o risco de atos violentos no dia da votação. Internamente, membros do QG bolsonarista já têm em mãos o que consideram cenários favoráveis e desfavoráveis num possível segundo segundo turno.
Nas mais otimistas, segundo integrantes da campanha, Lula fica à frente de Bolsonaro com uma diferença de um dígito, na casa dos seus seis pontos percentuais. As mais pessimistas, porém, admitem que, se a abertura das urnas indicarem uma diferença acima dos 11%, a vitória do petista será quase irreversível.
No primeiro cenário, os estrategistas do presidente apostam que a corrida eleitoral ganhará novo fôlego, tornando Bolsonaro efetivamente competitivo, diante de um provável desânimo da campanha adversária.
Disputa acirra os ânimos às vésperas do primeiro turno
O QG bolsonarista avalia que conseguiu parar o movimento de voto útil pró-Lula, o que poderia fazer a fatura dessa eleição se encerrar neste domingo. Integrantes da campanha do atual presidente observam que a onda do “vira vota” estava mais intensa na semana passada, mas perdeu força na reta final. Além disso, pontuam que no debate da TV Globo, na última quinta-feira, tanto Bolsonaro quanto Lula não ganharam votos, mas viram com bons olhos o desempenho da candidata Simone Tebet (MDB) para evitar uma migração de eleitores para o petista.
Nenhum candidato comemorou as pesquisas quanto Simone Tebet. Os números divulgados há pouco consolidam a presidenciável emedebista como a possível dona do terceiro lugar no primeiro turno, o que seria considerado um feito para a mais desconhecida dos postulantes ao Planalto antes do início da campanha. Terminar a corrida à frente de Ciro continua sendo a prioridade da campanha, que atribui o resultado às boas participações dela nos debates.
O grupo político de Ciro não conseguiu esconder o abatimento com Datafolha e Ipec. Seus aliados, ouvidos reservadamente, afirmam que a própria militância, apelidada de “turma boa”, desanimou. Ciro está em tendência de queda há mais de um mês. Na avaliação de pedetistas, há dois fatores que justificam o mau desempenho nas pesquisas. O primeiro é que as sondagens refletem o saldo das ofensivas pelo voto útil feitas pelo PT, que busca atrair eleitores ciristas para Lula com objetivo de liquidar a eleição no primeiro turno. O segundo fator é a postura que Ciro adotou na campanha, com tom belicoso contra adversários, que também afugentou eleitores. O presidenciável está no Ceará, seu berço eleitoral, desde sexta-feira, e participou apenas de dois compromissos públicos, esvaziados, sem a presença de seus próprios irmãos, o senador Cid Gomes e o prefeito de Sobral, Ivo Gomes.
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