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O programa Zorra, humorístico dos sábados a noite da rede Globo, voltou a ridicularizar a fé cristã. O esquete que encerrou a edição deste sábado (16/12) chamava-se “Bota-fora de Jesus”. Embora seja uma pretensa piada, o problema não é ela não ser engraçada – pois não é – mas sim o que ela sugere.
O tema é a Última Ceia, reunião que deu origem a ceia celebrada pelas igrejas cristãs até hoje com um profundo significado espiritual. Sentado à mesa, Jesus reúne seus discípulos para fazer o que chama de “bota-fora”, expressão usada para referir-se a uma despedida para quem sai para uma viagem.
“Hoje eu vou oferecer, tudo liberado, o pão e o vinhozinho que vocês tanto gostam”, afirma o ator que interpreta Cristo. Ele começa a ouvir reclamações sobre o “cardápio”, enquanto um dos apóstolos diz que ele teria um “potencial maior” para oferecer, dando uma “modernizada”.
A cena corta para o mesmo cenário, mas Jesus agora é um atendente de lanchonete. Entre a preparação de um sanduíche e outro, faz sucos e serve a cada apóstolo um tipo diferente de lanche. Mateus recebe um “xis-burguer vegetariano”, enquanto Tiago, o Menor ganha um “xis-tudo e um dogão”.
Quando chega a vez de Tomé, Jesus lhe entrega um “xis-bacon”. O discípulo reclama, lembrando que pediu um “duplo xis-bacon”, o que força o Cristo-atendente a fazer um milagre da multiplicação do bacon, realizado com um raio de luz e um “amém” no final.
O que poderia passar como mais uma piada religiosa do programa, destaca apenas o desejo de seus produtores de zombarem da fé alheia. O principal roteirista do Zorra, Marcius Melhem, repetidas vezes ridicularizou da figura de Cristo, tanto no programa quanto em sua coluna na Folha de São Paulo.
No esquete em questão, destacam-se duas questões principais: a ‘desconstrução’ da imagem de Jesus e a violação da lei judaica. A primeira é uma ideia recorrente no programa, que parece obcecado em fazer do cristianismo um piada. Ele já mostrou Jesus em várias situações constrangedoras e zombou de seus milagres e ensinamentos desde que se chamava “Zorra Total”.
O outro aspecto, que poderia passar despercebido para muitos, é colocar Jesus em flagrante desobediência à lei judaica. O bacon vem do porco, um animal considerado imundo pela lei levítica, e tinha a ver com questões de ‘pureza’ religiosa. Até hoje os judeus praticantes e alguns segmentos cristãos – como os adventistas – não consomem a carne desse animal.
A principal “lição” que o programa tenta passar é que a ceia não tem o significado atribuído a ela pelas igrejas cristãs. Ao mesmo tempo, mostra desprezo pela que dizem as Escrituras. Em Mateus 5:18, Jesus diz que não veio “revogar a lei”, mas cumpri-la. Ainda que seja possível argumentar que ele não proibiu o consumo da carne suína, a questão principal é que colocar carne de porco na Santa Ceia seria visto como uma “abominação” e atenta para o aspecto sacerdotal do ministério de Jesus na terra.
Isso contraria frontalmente o discurso de Melhem e sua equipe. Em uma entrevista ele afirmou: “Não estamos aqui para criticar religião. Quando fazemos uma crítica, geralmente é ao uso que se faz dela, não à religião em si. Ela a gente respeita”.
Pelo que se viu nas últimas semanas, onde Deus já foi mostrado como LGBT, o respeito só vale quando é uma religião não cristã.
Fonte: Gospel Prime
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