Quando ganhou o benefício da liberdade temporária de cinco dias, devido ao Dia das Mães em maio deste ano - o quinto indulto desde 2016 - Suzane von Richthofen saiu do presídio Tremembé com o namorado, Rogério Olberg, de 38 anos, que foi buscá-la, para ambos irem juntos a um sítio em Angatuba, a 214 quilômetros da capital, onde o rapaz vive. A viagem do casal já tinha um objetivo estabelecido: se encontrar com o pastor Euclides Vieira, da Igreja do Evangelho Quadrangular e revelar que eles tinham o interesse de se tornarem missionários.
Segundo informações da Veja São Paulo, o casal se encontrou com o pastor em uma padaria e pediu orientações sobre como eles poderiam atuar como evangelistas, pregando para moradores de rua e usuários de drogas. Suzane e Rogério ainda falaram com o líder cristão sobre os planos de se casarem até o fim do ano.
"Perguntei a Suzane se ela está preparada para a possibilidade de as pessoas se levantarem e irem embora da igreja, para andar na rua e ouvir xingamentos", contou Vieira à Veja São Paulo. "Ela olhou firme nos meus olhos, afirmou que faria aquilo por Deus e enfrentaria o que viesse. Senti bastante firmeza".
A saída provisória seguinte de Suzane seria em agosto deste ano, devido ao Dia dos Pais. Porém a Justiça deve dar o aval algumas semanas antes do feriado. Se o pedido de sua defesa for aceito, ela deve aproveitar este tempo para dar os seus primeiros passos como missionária. Um testemunho sobre suas experiências para uma plateia de catorze dependentes químicos na Casa de Recuperação Jeová Rafá, em São Miguel Arcanjo deve estar na agenda da presidiária. A instituição social é mantida pelo próprio pastor Vieira.
Rogério Olberg ministrou sua primeira pregação, durante quarenta minutos, no último dia 2 de junho, no mesmo local que aguarda a visita de Suzane.
Aos usuários em reabilitação, ele reconheceu que sua “futura esposa é a mais odiada do Brasil”, mas ressaltou que ela "segue em frente com seu propósito".
No início do mês, segundo Rogério, Suzane estava “muito abalada” com as notícias sobre o irmão, Andreas, que foi internado em uma ala psiquiátrica, após tentar invadir uma casa na Zona Sul de São Paulo.
Condenada a 39 anos de reclusão por assassinar seus próprios pais - quinze anos da pena já cumpridos - ela tem apresentado boa conduta e trabalha dentro da cadei, vislumbrando assim, progredir para o regime aberto até 2020, na melhor das hipóteses.
Suzane estuda a Bíblia e frequenta os cultos evangélicos semanais. Mas para se tornar missionária de fato, ela irá fazer um curso básico de ao menos um ano, promovido pelo Instituto Teológico Quadrangular e se submeter a uma prova final.
Pastor Vieira sugeriu a ela que o curso poderia ser feito por correspondência. As apostilas seriam encaminhadas à penitenciária e posteriormente, ela passaria por uma entrevista da liderança da denominação.
“Nessa etapa, sentimos a espiritualidade e a verdade do candidato, então nenhum ator consegue nos enganar”, garante o pastor Davi Rodrigues, membro do Conselho Nacional de Diretores da Quadrangular.
Depois da entrevista, ela participaria de uma convenção para ser nomeada missionária. “Toda pessoa tem direito a uma segunda chance, se estiver mesmo arrependida”, completou ele, referindo-se a Suzane.
Olberg é membro da Igreja Quadrangular e teria sido ele mesmo a grande influência para Suzane se converter e desejar a dedicação ao ministério. Ele a evangelizou por meio de cartas enviadas para ela à prisão. O pastor Vieira orienta o rapaz desde 2005.
Fonte:Portal Guiame - Com informações:Veja São Paulo
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