Quem deve ser responsabilizado pela queda na frequência das igrejas em 2012? Segundo uma pesquisa da revista Christianity Today, muitos pastores culpam a “secularização dos domingos”, culpando a transmissão de jogos de futebol e outros eventos esportivos nesse dia. O professor Steve McMullin da Faculdade de Teologia Acadia entrevistou centenas de líderes e membros de igrejas evangélicas que identificaram uma queda de frequência nos últimos anos. Seu estudo, republicado pela Christianity, foi originalmente publicado na Revista de Pesquisas Religiosas , mostrando que os jovens são os maiores responsável pelo declínio na participação dos cultos por que preferem ficar em casa assistindo TV. Desde 2008 ele vem analisando quais “obstáculos” dificultam a participar regular nos cultos evangélicos. Entre os principais argumentos dos pastores estão a distância do templo de suas casa, necessidade de trabalhar aos domingos e o medo da violência urbana. Mas em primeiro lugar disparado ficou as atividades esportivas televisionadas (futebol, corridas automobilísticas, etc). “O domingo perdeu seu caráter sagrado para a maioria das pessoas”, explica McMullin. ”As igrejas precisam se perguntar: “Se isso é verdade, como iremos responder? ”
“Ao invés de culpar os esportes organizados, as igrejas devem aprender a reconhecer o que eles têm de bom”, disse John Branca, diretor do ministério de esportes da Universidade Cristã Baylor. “A prática esportiva pode ensinar sobre disciplina, amizade, trabalho em equipe e ética, se os cristãos abordá-las bem”, acrescentou. Collin Sparks, diretor executivo de um ministério especializado em acampamentos evangélicos, é enfático: “As coisas que valorizamos em nossa cultura, mesmo dentro da igreja, são o sucesso, a realização pessoal e a busca pela felicidade”, disse ele. ”Nós podemos dedicar horas e mais horas vendo jogos e corridas, mas não gastamos 20 minutos diários para sentar e ler a Bíblia”. David Roozen, diretor do Instituto Hartford de Pesquisa Religiosa, explica que muitas igrejas estão fazendo mudanças práticas para valorizar o gosto dos fieis pelos esportes. De acordo com Roozen, 4 em cada 10 igrejas evangélicas americanas tem pelo menos algum programa que privilegie os esportes coletivos para crianças e jovens ou atividades como aulas de ginástica para adultos na própria igreja. Outras tantas passam os principais jogos em telões nas dependências do templo. Algumas igrejas simplesmente optaram em mudar os horários de culto, conclui Roozen. ”Se isso é adaptação ou simplesmente conformismo eu não posso dizer com certeza. Eles, pelo menos, reconhecem que pouca gente vai aparecer naquelas horas. Esse é o mundo que nós vivemos agora”.
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